quinta-feira, 28 de abril de 2011

O tempo não para

Lembro bem dos dias de marasmo deitada no sofá em plena segunda-feira à tarde. Assistindo The Big Bang Theory e as reprises sem fim de Friends. Dormindo tarde e acordando mais tarde ainda ou às vezes nem dormindo. Tempo era o que não faltava. Faltar? O tempo sobrava e muito.
Agora levantando as seis da manha e indo para cama mais de meia-noite, gostaria de ter um pouco daquele tempo que tanto me sobrava.
Vivi meu momento de “Auto-descobrimento”, aquele tempo que damos depois do colégio para descansar, a velha e esfarrapada desculpa do “Eu preciso me encontrar”. Quando na verdade o que queremos mesmo e mochila pela Europa sem presa de voltar. Confesso que meu período de Auto-descobrimento se estendeu muito alem do desejado. E que no fim, continuo a mesma garota confusa e desajeitada de sempre. Claro que um pouco mais experiente.
De tanto me pergunta “Quando minha vida vai começar de verdade?”, ela começou sem que eu percebesse. E dentro desse turbilhão, trabalho, faculdade, familia, amigos, amores . . . o tempo passa sem ser notado. Dia após dia, semana após semana, mês após mês . . .
A sombra deu lugar ao sol escaldante e a água fresca cedeu sua vez para o café quente. Acabou a “Vadiagem”.
E mesmo recordando com saudade aquele tempo de curtição, não trocaria o presente pelo passado. A vida é feita de fases, tudo tem seu tempo e isso faz parte do processo de crescimento. Voltar para o sofá seria o mesmo que regredir ou estar congelada no tempo. Eu escolho seguir em frente, mesmo com sono, mesmo cansada e mesmo tendo vontade de desistir às vezes. Encontrei meu caminho e não vou parar de segui-lo.



Texto: Thaís Paulino

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