domingo, 16 de outubro de 2011

Criança adormecida

Quem me derá voltasse aos tempos de outrora, tempos com cheiro de mato em que meus pés sem sapatos vagavam saltitantes em um corredor sem fim.Contava estrelas, acreditava em simpatias, nunca percebia o passar dos dias,colhia flores e plantava alecrins.
Foto: blog beagodoy
Quem me derá voltasse o olhar da inocência sem a rigidez da razão e da ciência que hoje tanto  perambulam  dentro de mim. Dar um abraço, contar os meu passos, brincar de amarelinha, casa, fazer bolinhos de farinha.Ser a mãe da Barbie, assistir tv até tarde, fingir ser um personagem sem ter que usar maquiagem, sem ter que criar um fim.
Escutar o barulho das gotas de chuva que molhavam o telhado, acordar com o canto morrudo das andorinhas, sem o olhar carrancudo da  ansiedade ou  da impaciência.
Fazer pão de queijo no feriado, bagunçar a cozinha, não contar caloria, aguçar o sentido do olfato, comer mais de um prato  ou simplesmente sentir o  prazer que só uma boa comida pode trazer. 
Passear domingo no parque, sentir a imensidão do mundo numa roda gigante.Tirar fotográfias e eternizar num só instante um sentimento ávido de liberdade.
Quem me derá voltasse a confiança, que se sente quando é criança ao  lançar -se nos braços fortes de um pai.
Quem me dererá  se sobrasse apenas as boas saudades, se fizessem uma caixa que trancassem as maldades onde adormecessem apenas os pesadelos ruins. Quem me derá poder despertar todas as crinaças adormecidas que assim como eu cresceram.

Texto: Luana Santana

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